Nossos Cronistas

21/06/2024

Dentro deste mês de Aniversário, vamos conhecer um pouco mais, sobre os nossos Cronistas Finalistas. Quem são, onde atuam e o que fazem. Todos receberam perguntas idênticas e vamos publicando um a cada dia. Hoje vamos falar com o Frederico Tadeu da Silva.

SC - De onde surgiu a inspiração para escrever a crônica?

Frederico - Bom, primeiramente gostaria muito de agradecer o reconhecimento do júri pelo meu texto, bem como dos internautas que a elegeram na votação popular.
A inspiração para a crônica veio da paixão que eu tenho pelo Avaí e pelas camisas que o clube utilizou na história gloriosa de mais de cem anos.
Como colecionador de camisas do clube, pude, no livro do centenário do Avaí, redesenhar todas as camisas utilizadas em todos os tempos, e estampar em suas páginas os mais de 150 (cento e cinquenta) mantos alvi-azurras de sua história.
Mas, as camisas tem histórias que não cabem apenas na sua representação gráfica. E essa foi minha inspiração!

SC - Qual mensagem/imagem você esperava transmitir com sua crônica?

Frederico - A mensagem que quis passar com o texto foi da importância que a camisa de um clube de futebol tem em sua história. As camisas, tal qual os escudos, marcam títulos, épocas e atletas. E cada camisa, desenho, cor, tem um significado. Jamais vou esquecer da camisa Azul Royal que o Avaí usou em 1988, na conquista do título estadual, que há 13 anos não ganhava. Tenho um exemplar dela, do ídolo Adilson Heleno, que marcou minha paixão pelo Avai. O colecionismo é muito importante para os clubes, pois trazem a história concreta, como os troféus e fotografias.

SC - Qual a sua relação com o futebol catarinense?

Frederico - Minha relação com o futebol catarinense vem de cedo. Quando eu tinha entre 3 e 4 anos de idade, meu pai, o radialista esportivo Toninho José, me levou ao Estádio Adolfo Konder, casa do Avaí, onde pude brincar no gramado e ganhar, do presidente do clube na época, Mário César Campos, minha primeira camisa do Avaí. Mais tarde, quando tinha entre 12-13 anos, passei a produzir o programa de esporte amador que meu pai apresentava na Rádio Guarujá de Florianópolis: O "Amadorismo em Foco". Nessa época eu já era sócio do Avaí e juntei minha paixão pelo futebol catarinense com minha vida acadêmica, e no final de 1999 apresentei meu Trabalho de Conclusão de Curso em Bacharelado em Educação Física e Deportos no CEFID/UDESC com o tema: "O perfil do profissional do rádio esportivo de Florianópolia". Mas minha relação com o futebol catarinense não parou por aí, em 2004 passei a fotografar, voluntariamente, ações com os sócios do Avaí nos intervalos dos jogos na Ressacada. O hobby começou a ficar sério, passei a fazer as fotos dos jogos, fui credenciado pelo clube como fotógrafo e lá se vão vinte anos dessa parceria. Atualmente sou fotógrafo profissional registrado na Delegacia Regional do Trabalho e continuo cobrindo os jogos do Avaí, principalmente na Ressacada, eternizando por meio das imagens os momentos inesquecíveis do esporte e do clube que mais amo.

SC - Você já escrevia crônicas ou outros gêneros textuais de forma regular ou decidiu se aventurar no torneio?

Frederico - Eu esecrevo textos desde a minha adolescência. Meus preferidos são os poemas, em prosa e verso. Mas apresentei monografias e projetos de intervenção em minha vida acadêmica nas áreas de Educação Física e Esportes, Saúde Pública, Administração Pública e Liderança e Gestão. Na área jornalística, já escrevi matérias únicas para jornais e revistas, bem como crônicas de opinião.

SS - Porque a escolha do tema para sua crônica?

Frederico - Eu não poderia falar de outro tema, senão da minha paixão pelas camisas do Avaí. Tenho uma coleção com mais de duzentas peças, cada uma com sua história. Por muitas vezes, a representação gráfica e as fotos, não exprimem o que siginifica a essência do manto alvi-azurra! São muitos detalhes que por vezes passam despercebidos, mas que estão lá, para contar a história do clube. A camisa do Avaí leva não só o escudo do clube, mas sua história, sua apaixonada torcida, seus numerosos ídolos! Uma paixão que passa de geração a geração. E por ter certeza de que a camisa do Avaí é a maior forma de levar o clube a quem quer que seja, eu decidi escrever sobre ela, o manto alvi-azurra.

Crônica: A camisa Alvi-Azurra: o manto sagrado do Avaí

Em 1923 os meninos de Amadeu Horn vestiram pela primeira vez o maior símbolo da história vitoriosa do então Avahy Foot-ball Club: seu manto sagrado!

Cedidas, sem temor, pelo tradicional Clube Náutico Riachuelo, as camisas em azul e branco não sabiam que representariam tanto em tão pequeno pedaço de pano.

Os primeiros modelos acompanhavam cordões para amarrar ao pescoço, grandes golas, e adornos para a cabeça, compondo assim seu alinhado uniforme.

Passam-se os anos e os trajes confeccionados em algodão de primeira linha dão lugar a

tecidos mais leves, com desenhos nas tramas, mas sempre destacados em seu austero azul e branco. E assim seguiu o Avaí, trajando o "azulão 60", o azul celeste de 70, e ratificando suas origens com a tradicional camisa listrada em azul e branco na campanha vitoriosa de 75.

Em 80, o destaque é para o azul e branco em separado nas camisas. Claro que a listrada não deixou de existir, mas, com menos ênfase. E veio 88 que para mim é o auge: a camisa em azul royal, detalhes em branco, limpa, linda! E mais um troféu.

A conquista do Brasileiro da Série C em 1998 traz consigo uma nova forma de ser azul: listras diferentes tons para comemorar a conquista do Nacional, ostentando solenemente o escudo da CBF, ao centro. Privilégio de poucos.

Muitos ainda serão os mantos sagrados, carregados de histórias, significados, amor, garra e títulos. Como profundo admirador do que nasce em azul e branco, me despeço, elevando ao mais alto patamar de significado a camisa do Avaí, seu manto sagrado.

Foto: Frederico recebe seu Certificado na noite do dia 03 de Junho, no evento de comemoração dos 37 anos da SC Clubes, das mãos do Dr. Sandro Barreto, neste ato representando o Avaí Futebol Clube.

Foto de Fabiano Ratecke


Notícia enviada por: SCPress em 21/06/2024