Aprovado projeto que permite a volta da cerveja nos estádios de SC
Após debates intensos, os deputados estaduais de Santa Catarina aprovaram nesta quarta-feira (20), em dois turnos, o Projeto de Lei 476/2015, de autoria de Rodrigo Minotto (PDT) e Manoel Mota (PMDB), que libera a venda e o consumo de cerveja nos estádios e arenas desportivas do estado. Agora, o PL segue para sanção do governador Raimundo Colombo, que tem 15 dias para se pronunciar.
Antes de ser votado no Plenário, o PL passou e foi aprovado por quatro comissões: Constituição e Justiça, Segurança Pública, dos Direitos Humanos e de Prevenção e Combate às Drogas. Os clubes são os maiores interessados no retorno da cerveja aos estádios, proibido desde 2008. Por isso, com a liderança da Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (SCCLUBES), têm feito uma série de ações nesse sentido. A primeira foi em setembro de 2016, logo após as Olimpíadas, quando os clubes se mobilizaram para uma Audiência Pública para tratar do tema na própria Assembleia Legislativa.
Uma das bandeiras da nova gestão da Associação de Clubes, que tomou posse no início do ano, foi lutar para o retorno da cerveja nos estádios, o que fez o presidente Luiz Henrique Martins Ribeiro realizar uma série de reuniões com deputados estaduais para demonstrar a importância para os clubes catarinenses e solicitar agilidade no trâmite do projeto. "Lutamos muito para que o projeto fosse aprovado hoje, pois queremos começar o Estadual de 2018 com a cerveja dentro dos estádios".
O sucesso que foi a venda de cerveja durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 fez com que alguns estados da Federação modificassem a lei e trouxessem de volta a comercialização da cerveja para dentro dos estádios. Hoje, ela já é vendida em sete estados, sendo que o Paraná foi o último a aprovar, há cerca de um mês.
PREJUÍZO PARA OS CLUBES
Em nove anos sem poder vender bebidas alcoólicas durante os jogos, os clubes catarinenses são unânimes em afirmar que deixaram de arrecadar em função da proibição. Estima-se em queda de 30% a 35% de público que deixou de ir ao estádio por não poder tomar sua cervejinha para ficar em casa bebendo e assistindo pela TV.
A Chapecoense calcula que o lucro dos bares do clube seria 10 vezes superior com o retorno da cerveja. O Figueirense fala em perda de R$ 500 mil a R$ 600 mil de arrecadação anual em relação à época em que era permitido vender cerveja.
O TORCEDOR É FAVORÁVEL
Pesquisa sobre o assunto foi feita no final de 2016 nas redes sociais dos clubes. Mais de 6,2 mil torcedores participaram da pesquisa, e 68% foram favoráveis à venda de bebida alcoólica nos estádios.
Foto: Assessoria de Imprensa da ALESC